30.12.09

apenas stephanie xviii

banalidades

ela nunca havia se importado com a passagem de ano em si, para ela, era muito mais importante a chegada do mês de janeiro. o mês mais íntimo que ela conhecia, mas esse ano parecia diferente, como se houvesse algo fora do lugar, algo surpreendente.

stephanie sempre fora assim, voando sem rumo, mas sempre com um lugar seguro pra voltar, de uns tempos pra cá, em meio a uma dessas revoadas, ela sentiu as asas cansadas e não avistou seu porto seguro. voou até o esgotamento total, e caiu em queda livre, como ismália, em direção à lua do mar.

agora ela segue à esmo aguardando até que a maré encontre sua praia, que seja resgatada pelos ventos ou que definhe em algum destes oceanos de lamurias.

stephanie se queixa por demorar tanto a perceber que o voo mais importante, é o que se faz de volta pra casa, trazendo nas bagagens as suas rotinas, o seu aprendizado e a saudade.

ela quer voltar.